domingo, 31 de maio de 2009

Alegria

Alegria é um momento,
É um piscar de olhos,
Um sorriso maroto
Em uma cara de garoto.
Alegria é um instante,
É um vento refrescante.
Alegria é um segundo
Que você faz perdurar
Durante horas, dias e meses.
Alegria é estar com você.
Alegria é sorrir e viver.

Márcia Andrade

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Alguém

No espaço vazio do meu rosto
Pinto as sombras de alguém
Que um dia eu fui.
Com um olho, vejo somente
O vazio.
Com o outro vejo somente
A saudade.
As lágrimas descem
Borrando a pintura.
Era ilusão, nada mais...
Um castelo de areia
Que o mar desmancha.
Uma nuvem
Que o vento leva.
Um sorriso
Entre lágrimas.

Márcia Andrade

Vida

Vida boêmia
De canções
E beijos ao luar.
Mares e terras a desbravar.
Procura constante,
Incessante.
As horas passam,
A vida passa.
O futuro tão próximo
E o passado cada vez distante...

Márcia Andrade

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Com você, vou até o infinito,
Mas quando me canso,
Te deixo sossegado
No seu lugar.
Quando sentir saudade,
Se sentir,
Olhar-te-ei de soslaio
Para não ficares convencido.
Te pegaria usando as duas mãos.
Seria terrível se você se quebrasse.
Te limparia e poliria sempre,
Mesmo quando não necessário,
E depois poria na minha frente
Na mesinha do quarto,
Para, na calada da noite,
Poder te namorar.

Márcia Andrade

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Gotas...

Como em um momento perdido
Que o relógio teima em marcar
Os pássaros pousam devagar.
O sol se esconde
O mundo pára, e
Em algum lugar
Uma alma se esconde
Pondo-se a chorar.

Márcia Andrade

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Saudade

Saudade é tempo perdido...
Saudade é momento
que, infelizmente, já passou.
Saudade é o não te ver, o não te tocar,
mas sentir o hálito e a quentura
da mão que já me tocou.
Saudade é a expressão de um sentimento
que dói e machuca.
Saudade de você, de mim tão longe,
mesmo estando ao meu lado.
Saudade da tua voz
que sussurrou em meus ouvidos.
Saudade do que já passou.
Saudade de você
que me amou.

Márcia Andrade

domingo, 24 de maio de 2009

Doideira

Vida marcada
Apedrejada
Manchada
De suor e sangue.
A todo instante
Clarão ofuscante
Da claridade
Penetrante.
O errado é o certo
O justo é o culpado
Tudo mudado.
O mundo virado.
Eu cansada
Fatigada
Canto a última
Do Caetano.
Quem sabe o encontro
No baixo
No riacho.
Despertador tocando
Vou parando
De escrever
Essa poesia(?)
Que saiu
Sem querer.

Márcia Andrade

sábado, 23 de maio de 2009

No último dia
No último momento
Uma lágrima desce em disparada
Limpando o caminho
Para as outras que virão.
Fim de um ano
Início de novas experiências
Desejos realizados
E por realizar.
A vida continuando
O coração apertado
Mas no sorriso forçado
A sombra da esperança
Que dias melhores sempre virão.

Márcia Andrade

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sonhando

Silêncio
A noite se cala
E se encolhe de frio.
A lua vem chegando,
Sorrindo bem humorada.
Cantando.
Novas pessoas nascem.
Para que?
Doce ilusão...
Passo e repasso o texto.
Apago, acrescento e nada.
Continua o mesmo:
Morto.
Parado no tempo.
De certo está pensando,
Sonhando com castelos de areia,
Até que o mar, um dia,
O engolirá.
Destruirá.
Só restará a areia.
Mas ao longe, aparecerá
O sol sorrindo, trazendo consigo
O novo dia que surgirá.

Márcia Andrade

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Infinito

Vagando sozinha,
Pisando suave.
A brisa acariciando minha face,
Espalhando meus desejos.
A cadência infinita das ondas do mar
Sugerem vozem longínquas.
Meus sentidos se aguçam...
Eu desejo um sonho,
Por todos desejado.
As ondas vem e vão
Em uma impertubável procura.
Eu continuo andando,
Buscando encontrar
Respostas às minhas perguntas.
Infinita procura.

Márcia Andrade

Gotas...

Chuta, roda,
Dança, canta,
Chora, gargalha.
Corre pra cima
E pra baixo
Espalhando
Faíscas de vida.

Márcia Andrade

terça-feira, 19 de maio de 2009


Deixe o tempo levar,
Para bem longe,
A amargura do momento.
Na revoada dos pássaros
Uma solitária ave
Pousa no rochedo,
Observando o oceano sem fim.
Como as ondas do mar,
O tempo passa
Limpando e levando
Momentos vividos.
A noite chega,
O mar se acalma,
O mundo dorme
E eu sonho.
Sonho com as estrelas
De mim tão longe.
Assim, como você.

Márcia Andrade

domingo, 17 de maio de 2009

Sonho e Realidade

Sentada na praia
Observo os barcos,
As aves, o céu.
Construo mundos inteiros.
O mar leva
E traz a saudade.
Faço castelos no ar.
O vento leva.
Fico gelada.
Encolhida choro baixinho.
O sol se põe
E eu, com meus fantasmas,
Volto para casa.
Fecho a porta,
Olho em volta e,
Diante do espelho,
Acaricio o rosto gelado
Da minha imagem.
Última viagem.

Márcia Andrade

Bela menina

Sou bela menina
Triste sina.
Carrego nos olhos
Uma esperança infinita.
No coração,
Um amor sem vida.
Na boca, um tremor.
Na face, um leve rubor.
É o desejo.
Sou bela menina.
Triste sina.

Márcia Andrade

sábado, 16 de maio de 2009

Amantes


Quando o sol se esconde,
Os amantes se beijam,
Se abraçam, se enlaçam,
Fazem amor.
Sussurram palavras incompreensíveis.
Se beijam, se amam.
Rasgam lençóis,
Rasgam preconceitos.
Tecem ilusões.
A lua brilha,
Os amantes se calam,
Se viram, dormem.
A meia-noite, os corpos exigem união.
As mãos procuram a maciez da pele.
As línguas se enroscam.
Voltam a se amar.
De manhã, ao retornar o sol,
Os amantes se separam.
Ele parte e
Ela dorma.
Na mesa a paga.
Na cama a paixão.

Márcia Andrade

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Momento

No tempo fechado, frio
Da tua chegada,
O sol, de mansinho, ia se pondo.
A noite, bela dama,
Carregava num sorriso
Um véu estrelado,
Bordado e perfumado.
Era noite de lua cheia.
Noite de brisa fresca.
Noite de eterna travessura.
Era o momento de dizer:
És minha loucura!

Márcia Andrade

Tic-tac

É a hora da saudade,
Onde o relógio do tempo para,
Mas o nosso coração não cala.
Ele chora amargurado
O amor passado.
Essa é a pior hora.
A hora das lágrimas sem fim.
Do sufoco engasgado.

Márcia Andrade

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Inspiração

Na calada da noite
Quando todos já estão dormindo,
Eu fico sozinha, pensando.
Na mente, velhas fitas amareladas
De um tempo há muito passado,
São reprisadas velozmente.
O vento, como que cansado,
Para de trabalhar.
No céu as estrelas se dispersam
Rumo à algum lugar.
Livres.
Livres como o mais livre dos pássaros,
Que acomodado numa frondosa árvore,
Gorgea sem parar.
Na cidade, sob as luzes frias
Dos postes insensíveis,
Esperanças e tristezas se confundem.
Em algum bar, onde há bebida, música e piada,
Há uma mulher que isolada,
Sozinha com as suas sombras,
Olha para o copo disforme.
Rolando pela face jovem
Uma lágrima, também solitária,
Desce sem rumo.
A mulher apaixonada mergulha na noite.
Abandona a vida
E abraça amorte.

Márcia Andrade

terça-feira, 12 de maio de 2009

Meu fantasma

É quando a voz se cala
Que mais sofro.
Sem palavras, sem grito, sem nada...
Eu e o fantasma
A seguir-me.
Entro, saio e ele lá está.
Torturando-me com a sua presença.
Espanto os bons,
Aproximo-me dos maus.
Sigo o meu caminho.
Eu e o meu fantasma,
Sempre atrás de mim.

Márcia Andrade

Gotas...

Acordei de um sonho
Que nunca sonhei.
Acordei cansada
Das lágrimas que derramei.

Márcia Andrade

domingo, 10 de maio de 2009

Mulher, bicho bobo

Quantas e quantas vezes dizemos não, mas o que queremos mesmo é dizer sim?
Outro dia, vendo alguns vídeos do BBB9, no YouTube, percebi o quanto somos estranhas. Queremos ser amadas, acarinhadas, mas perdemos um tempo precioso com bobagens. Bobagens que na hora nos dizem muito, mas que depois, quando a razão ultrapassa a cortina da insegurança, percebemos o quanto fomos infantis.
Por que complicamos a nossa vida, o nosso relacionamento, exigindo provas de que somos as primeiras e as únicas na vida da outra pessoa?
Nós somos um bicho muito bobo mesmo !

Márcia Andrade

sábado, 9 de maio de 2009

Doideira

Vida marcada
Apedrejada
Manchada
De suor e sangue.
A todo instante
Clarão ofuscante
Da claridade
Penetrante.
O errado é o certo
O justo o culpado
Tudo mudado.
O mundo virado.
Eu, cansada
Fatigada
Canto a última
Do Veloso.
Quem sabe o encontro
No baixo
No riacho.
Despertador tocando
Vou parando
De escrever
Essa poesia (?)
Que saiu
Sem querer.


Márcia Andrade