domingo, 28 de junho de 2009

Às vezes eu fico pensando
Em como seria tão bom
Se eu pudesse voar.
Se eu pudesse cantar.
Se eu pudesse fazer dos meus sonhos
A mais concreta realidade.
As horas, os dias, vão passando
E cada vez mais sinto dificuldade
De segurar em minhas mãos
A felicidade que eu persigo.
O tempo corre,
Eu vou atrás dele.
Em uma esquina qualquer da vida
A gente se encontra.
Eu e a felicidade.

Márcia Andrade

terça-feira, 23 de junho de 2009

Diante do espelho da vida
Vejo uma pessoa distante
Que parada no tempo
Não percebe a corrida.
Vem e vai.
Vai e volta.
Mas continua parada no tempo.
No tempo da vida sem tempo. No tempo da vida sem vida.

Márcia Andrade

sábado, 20 de junho de 2009

Meio calada,
Meio cansada,
Entorpecida pela mentira
Que invade uma vida.
Grita de dor,
Coração ferido, magoado,
Pisado e maltratado.
Sonha o futuro desfeito,
Apertado no peito
De uma amante exausta.
No corpo o cheiro,
Uma presença constante.
Na alma a solidão,
Como uma noite sem estrela,
Sem lua ou brisa.
Só escuridão.

Márcia Andrade

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Momentos

Há momentos
Em que o tempo para,
O mar se acalma,
As pessoas se calam.
São instantes vazios
De uma vida sem cor.
Há momentos
Em que o vento não sopra,
O sol se esconde,
As pessoas sonham.
São instantes finitos
Que duram uma eternidade.
Há momentos
Em que os pássaros pousam,
Os sinos tocam,
As pessoas choram.
São instantes derradeiros.
Últimos momentos.
A vida é o início;
O cansaço por fim.
É a hora da partida.

Márcia Andrade

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Se a cada lágrima que eu derramasse
Uma estrela se rebelasse,
O céu ficaria apagado
Pois as estrelas sumiriam.
Nenhuma ficaria.
Somente a escuridão.
Escuridão!

Márcia Andrade

terça-feira, 16 de junho de 2009

A quantas anda?

A quantas anda o meu passado,
Que a toda hora volta a minha mente?
A quantas anda a minha saudade,
Que a todo momento magoa o meu coração?
A quantas anda a minha felicidade,
Que a todo momento, pelas minhas mãos, escapa?
A quantas anda a minha vida,
Que a todo momento me sinto morta?
A quantas anda o meu futuro,
Que a todo momento vejo e sinto o passado?
A quantas anda o meu eu,
Que a todo momento de mim se separa
Deixando-me só...
A quantas anda?

Márcia Andrade

Gotas...

Brincava de viver
Corria, pulava, gargalhava
Sempre indo em frente
Não parava
Até que percebi
Ser tudo um sonho
Um sonho de vida
Um sopro de vida
Uma vida em vida

Márcia Andrade

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nós

Em cada gesto,
Em cada olhar,
Em cada toque,
Eu sinto o seu carinho,
A sua atenção,
O seu amor.
Longe da razão, e
Quem sabe,
Perto do coração,
A gente vai andando
De mãos dadas
Pelo caminho de pedra.
Indo e vindo, mas
Não saindo do lugar.
A minha vontade
É de te beijar;
A sua de brincar;
A nossa de amar.
Amor sem constrangimentos,
Sem impedimentos...
Amar amando.
Viver vivendo.
Você é todo o meu tormento
E eu...
Apenas um sonho.

Márcia Andrade

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Delírio

Foi como um despertar
Depois de um lindo sonho.
Foi de repente, sem aviso,
E com isso, sozinha,
Deixo escapar uma lágrima.
No peito um vazio,
Na garganta um nó.
Fecho os olhos e delíro.
Construo castelos no ar
Onde meu príncipe nunca está.
Mas é olhando o mar
Que eu fantasio...
Eu o sinto e toco.
Algo incomunicável, vulnerável,
Mas tão próximo de mim.
Eu o amo sem ver.
Eu o desejo sem ter.
Eu o quero...
Choro por um momento.
Fraqueza de coração ferido.
Um desejo contido,
Um sonho desfeito...
O momento dura uma eternidade e
Eu choro por te gostar.

Márcia Andrade

domingo, 7 de junho de 2009

Minha vez

Esta é a minha vez
De gritar, de chorar,
De sorrir e de cantar.
Chega de me lastimar,
De pensar bobagens,
De ter pesadelos.
É a minha vez
De realizar os meus planos,
De pisar em nuvens,
De escorregar no arco-íris.
É a minha vez
De beber brisa,
Cheirar alegria,
Arrotar esperança.
É a minha vez
De, pela primeira vez, me descobrir,
De te descobrir.
É a minha vez
De amar e ser amada.

Márcia Andrade

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Faltando

O vento frio do entardecer
Arrepia o meu corpo,
Esfria minha alma.
O grito trancado em meu peito
Explode dentro de mim.
Falta alguma coisa...
Fecho os olhos
A claridade da luz me cega,
O frio aumenta
E alguma coisa continua faltando.
Encosto minha cabeça no travesseiro
E fico pensando
Enquanto o sono não vem.
Falta alguma coisa,
Mas não sei bem...

Márcia Andrade

terça-feira, 2 de junho de 2009

Gotas de lágrimas...

Meu carinho e minha solidariedade a todos os familiares e amigos das vítimas do voo AF 447 do Air Bus da Air France.

Não há palavras neste mundo capazes de acalentar e acalmar a dor que queima no peito de todos.

Minhas orações e profundo sentimento...

Márcia Andrade